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notasdesonhos



Quinta-feira, 04.02.10

De Noite

Se não soubesse quem era, diria que sou eu. No escuro, no fumo do cigarro, nas horas mortas.

À noite é diferente, os sons são outros. O ruido dá lugar ao silêncio, só quebrado por um ou outro carro que avança no fim da rua.

Arrancam-me de casa e eu saio sem medo, dormente e anémico com as pernas de arrasto.

 

Durmo e mais um dia passa, deito-me e a noite chega. Esta vê-me chegar ao fim, ao terminar de mais um momento nas horas, no tempo, no sítio que é o mesmo, no quarto que sempre foi, na data de um novo ano, nas páginas de um calendário.

 

De manhã vejo-me ao espelho. Se não soubesse quem era, diria que sou eu.

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por João Lambelho às 03:48


2 comentários

De Filipa a 07.02.2010 às 22:49

"As redes são passageiras, as arquitecturas da fuga
De toda a água que corre, de todo o vento que passa
Quando uma teia se rasga ergo à lua a minha taça
E vejo nascer no espelho mais uma ruga
"

Fez-me lembrar.

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