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Se não soubesse quem era, diria que sou eu. No escuro, no fumo do cigarro, nas horas mortas.
À noite é diferente, os sons são outros. O ruido dá lugar ao silêncio, só quebrado por um ou outro carro que avança no fim da rua.
Arrancam-me de casa e eu saio sem medo, dormente e anémico com as pernas de arrasto.
Durmo e mais um dia passa, deito-me e a noite chega. Esta vê-me chegar ao fim, ao terminar de mais um momento nas horas, no tempo, no sítio que é o mesmo, no quarto que sempre foi, na data de um novo ano, nas páginas de um calendário.
De manhã vejo-me ao espelho. Se não soubesse quem era, diria que sou eu.
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